A Dança Psicótica das Entranhas e Bílis


Jogado em meu quarto
paredes revestidas em torpor
minha boca suja de sangue novamente
o passado próximo reduzido a um gélido horror.

Nos quatro cantos há teias
em minhas entranhas alheias
separadas pelas borboletas que nelas dançavam
com minha mente bagunçada, meus olhos frenéticos estavam.

Cantar com água borbulhando entre meus dentes
não é um gosto tão férreo como antes
é um quebra-cabeça, dizer a todos o que está incrustado:
que, em matéria de amor, somos apenas infantes.

Me dê a mão e vamos mostrar:
Infestar, infectar, como falas em prosa.
Padecendo, continuar esta dança
esta cantoria de almas um dia nossas.

Navalhas que pendem de tuas pálpebras
e eu, esmagado contra a parede
como se não houvesse fuga
minha alma é extinguida pelo teu perfume
como que sanguessuga.

Sugam meus amigos
sugam meu espírito
denso e mortífero
donde sobra apenas escuridão
com meu sangue tão gelado então.

Tua risada como uma overdose
esmagando e avermelhando meus olhos
expulsando sangue e lágrimas
sentimentos tão póstumos!

Tua voz como um sulco expelido de meu peito
Vozes entorpecentes e seus lábios em meus sonhos
teu colo, meu conceito
sussurros, e talvez estrondos.

Eles todos insinuaram
tu sangraste!
Tua alma e teu rosto induzidos como uma haste.

Tu ouviste vozes como estalos
e eu permaneci num ''por enquanto''
te seguindo com pés descalços.







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