Luz Depois das Trevas


faz-se luz
no instante em que
no meu sofrimento
ao sonho eterno
o sono me conduz;

me leve até
o firmamento
quiçá para o inferno
eu só não quero 
estar aqui.

me mostre 
uma cidade 
do México
mas me tire
da necessidade
de contato
pois sem isso
não sobrevivo.

me faz chorar
mas me faz chorar pra caralho
que não se aguenta mais
guardar isso aqui dentro
não sei mais o que faço
para que o choro seja ameno.

no momento
em que acordo
do meu suicídio
(do quinto
mais especificamente)
é quando vivo no segredo
e transbordo
em silêncios
(estou em perigo
basicamente.)

faz ela parar
que o pecado
reside aqui
e a paranoia
não quer sair
fica aqui parasitando
e eu não sei mais
como expulsá-la.

me leva daqui
que a cidade é pequena
e o corpo também
espreme até sair
que eu não tenho certeza
se a carne é fraca
e eu preciso de um réquiem

me mata de uma vez
que não há luz depois das trevas;

e me mata de novo
que a angústia não espera.

Judite e Holofernes, Caravaggio

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