Dezembro Passado


Eu não sei, eu de fato não conheço a culpa
mas sei bem como funcionam minhas engrenagens éticas
que no fundo são só uma.

Eu não sei, eu de fato não conheço o choro
mas soube chorar, soube debater-me de raiva ao ler as palavras
e as vozes na minha mente feito um coro.

Não sei, se sei eu esqueci
que foi uma desonra e uma humilhação te perder dessa forma
e em tuas lágrimas fazer perder-te em si.

Eu não sei, se a ausência é tão contínua
e tua imagem em sua mente se intensifica a cada minuto ausente
e me rasgo por dentro, por ter-se entregado nua
                                                                                    [ao meu dispor mental.
Eu pediria desculpas se não me soasse tão ridículo
mas o débil resquício de amor que fez brotar em mim
foi o suficiente para me fazer questionar. E sem escrúpulo
essa sensação possa me abandonar, e enquanto sem fim
eu fecho os olhos e vejo o seu rosto sereno, contra qual agora eu luto.

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