Surreal Garden


E milhares de canções se seguem
pós um insólito funeral
de aves com penas raras
dadas ao céu, elas colorem o que vejo
o céu leva também tudo que eu fui
o que eu era
as aves matarão, pós o funeral, todo o falso pudor
e alguma vez eu também o fizera.

O insólito funeral nos habita com a ausência de anjos
dos quais abririam alas para nós
e ela iria esperar!
Juntos iriamos consertar!

Passei este tempo afligido por uma destemperada esquizofrenia
porque sei que o funeral insólito espera a todos
e a canção de óbito será cantada pós o nosso fim
meu fim
e o seu fim
e nunca tão afim
nossas vidas se misturarão num amargo e cinzento mar
uma secreção expulsa de nossos corações
como um só, nunca tão afim de rimar
e por enquanto, todos gritam seu nome
me enchendo da certeza de que jamais nos encontraremos
com certeza viverei o suficiente para que isso decomponha meu corpo
sabendo, no fundo, o que seremos
nos separaremos...

(o olhar que ela me lançou outrora, em suma, não significa mais nada)

Mesmo que nessas ruas eu cante
mesmo que a cidade esteja perdida
seus cabelos, para mim, sempre serão castanhos
como eram antes de colori-los com o sangue do que éramos antes
juntamente com as feridas que ainda ardem!
O seu cheiro ainda me entorpece, e talvez eu saiba o motivo
bem, ela usa Surreal Garden
ah, ela usa Surreal Garden!

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