O ato de desfazer uma personalidade é chamado de despersonalização


Durante a minha vida algo sempre correu no caminho oposto ao meu, colidindo comigo violenta e periodicamente. Minha mente sempre fez questão de conviver com os próprios demônios e cultiva-los como professores de uma matéria que esta fora da esfera do conhecimento humano, onde não posso ser auto didata.
 Quando esses mesmos demônios atacam, o que parece mais sensato para uma parte de mim a qual não alcanço é destruir a realidade que os sustenta, como se a melhor solução para um mofo na parede fosse demolir a casa toda. Essa mesma parcela se dá por vencedora, enquanto todas as outras peças responsáveis pela maior (mas não mais decisiva) parte da minha composição recolhem os escombros irreconhecíveis de uma realidade destruída e tentam reconstruir algo que sirva de abrigo para mim mesmo.
 Meu deslocamento não vem do fato de que não pertenço a realidade, mas sim do fato de que não sou composto de forma habitar sua superfície por tempo suficiente, graças a algo maior e mais relevante do que eu, anexado a mim até as raízes dos meus genes. 


Eu pertenço ao mundo, mas minha permanência nele é incongruente com tudo que compõe o que consigo chamar de ''eu''.

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