EssĂȘncia in[fame]finita

Era infinito,
como se dentro de meu peito existisse uma substancia que me afastasse do resto do mundo,
algo que sempre esteve comigo, que deformava a realidade.

Arrebatado por aquilo que diluia-me e ao mesmo tempo formava.
Minha essĂȘncia era um nĂ©ctar amargo demais para que fosse capaz de conviver,
dentro de mim existia algo que precisava ser lapidado ou o me esmagaria.

Uma força que me impulsionava a gritar,
a mesma força que ancorava em mim a parte que ainda era reconhecível.

(O que é responsåvel por mim, também é responsåvel pelo meu fim.)

InconciliĂĄvel,
uma guerra que Ă© loucura fora dos limites do meu corpo.

Luto por mim, contra mim.
Batalho pela existĂȘncia.

Sinto que essa essĂȘncia afoga-me, posso afogar em mim mesmo.

A mesma força que faz com que me sinta infinito, lança-me na inexistĂȘncia.

Gargalho, a segundos perturbado e jogado Ă  loucura.
Percebo, enfim, que sou parte da prĂłpria loucura,
que essa realidade moldada Ă© minha realidade.
IlusĂŁo e loucura me formam,
nĂŁo posso abandona-las e luto para viver com elas.

No centro do meu peito existe algo,
antes quente a ponto de queimar meus olhos,
agora, refrescante, não cabe em mim, escorre pelos dedos, que dançam, na agonia de existir.

Equilibro esse momento de existĂȘncia na consciĂȘncia frĂĄgil de que SOU,
me afogo na efĂȘmera felicidade infantil.

Ofegante  
NĂŁo Respiro
                                                                                         
Abalado por impulsos de vida,
convulsiono.  



                                             


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