Fogueira


Este monte de lenha que vos fala
que já ardera por tempo em demasia
é um fio áspero, cego, que não cala
e têm sonhos que a vida sanaria!

Uma tênue luz de vida irrompe
quando que como um feixe inesperado
surge esperança -- não se sabe de onde
e regenera meu Ser desolado.

Mas não me basta único recobro
se o vento visceral sempre me vence
e vivo sempre em gélido abandono;

E esse é um frio que a minha alma corta!
Mesmo o calor do afago não convence
que não me tornei tal fogueira morta.

Dança do Fogo, Paul Gauguin

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