[I] 04/01/15 | Se aproximando

Estou sentado,
pernas recolhidas, joelhos na altura da cabeça.
Não tenho nenhuma consciência de mim mesmo.
Símbolos desconexos estão registrados nos documentos.

Estou em meio ao patio, ninguém percebe minha presença,
como de costume.
Ele transita, inquieto, todos os seus amigos faltaram,
conheço cada um deles melhor do que ele mesmo,
o conheço melhor do que ele mesmo,
e assim como ele,
não me conheço.
Seus passos controlados, os braços sempre balançando demais ao lado do corpo.
Ele entra em uma sala,
sai,
entra,
outra sala.

Suas clavículas estão completamente nuas,
ele veste uma regata,
está calor.
O sol é filtrado pelos seus cabelos e em seguida cai sobre mim.
Ele emite algo que nunca vou entender completamente,
algo que está além de mim,
algo que não me pertence.

Sinto novamente,
depois de esquecer como era.
Sinto, logo existo,
alheio a realidade.

Não concebo planos para o futuro,
não me lembro do passado.

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