Epidemia Suicida


Caído numa poça de sangue
misturado com veneno amargo
o olhar é de um assustado infante
o portão para um espírito vago.

A espuma em seu queixo escorre, viscosa
e dança pelo ar, num extasiado espasmo
o último suspiro é dado, num sonho de asma
de posterior, o morto se torna um fantasma.

Com moscas cantando sobre seus próprios céus
junto aos barulhos da cidade (um coro gutural)
já estamos em Londres, com andarilhos de chapéus
e olhos de um transparente vitral.

Os mortos habitam as casas. Jantam, festejam
...lamentam, choram, amam e vivem.
Os espíritos viajantes se elevam, nas bombas
e nos bordéis onde os humanos vivem.


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