Todos os Meus Amigos são Gays

Alguns são gays por gostarem de música de academia.

Alguns são gays por cuidar de animais na rua.

Alguns são gays por gostarem de salada de fruta.

Alguns são gays porque usam fones de ouvido.

Mas mais gays ainda são aqueles que negam isso, com tanta certeza e convicção, que chegam a engasgar e transbordar de viadagem.

Alguns são gays por gostarem de Lady Gaga.

Alguns são gays por gostarem de Rihanna.

Alguns são gays por gostarem de Katy Perry.

Alguns são gays por gostarem de Sepultura.

Alguns gostam de sexo em público, outros gostam de sadomasoquismo.
Alguns são gays porque bebem vinho ou champanhe.

Nisso tudo, o que mais me fode, entretanto, é pensarem que eu fico ofendido com viado, gay, bicha... É realmente foda, com tantos gays em minha vida, pensarem que eu perca as estruturas se me chamarem de boiola.
Mas nisso, na verdade, há algo que me ofende: pensarem que do mesmo modo que tem algo de errado em ser babaca, é ter algo de errado em ser viado. Do mesmo modo que tem algo de errado em ser cuzão, algo de errado em ser machista, algo de errado em ser imbecil.
Algo morre dentro de mim quando pensam isso. E muitos desses aí também são gays. Mais gays ainda que os que curtem UDR. Mais gays ainda que os que jogam League of Legends. Mais gays ainda que os que fumam maconha. Mais gays ainda que os que bebem cerveja e fumam cigarro. Mais gays ainda que os que assistem Breaking Bad.
Eu ficaria realmente admirado se fosse tão forte e moderno como um gay. Longe de ser tão babaca, primitivo e imbecil quanto um machista ou um homofóbico, que chegam a ser tão gays quanto aqueles que se masturbam para pornô lésbico.
Mais gays ainda que aqueles que jogam futebol.
Mais gays ainda que aqueles que falam francês e alemão.
Mas gays ainda que aqueles que jogam golfe.

Mais gays ainda que os que leem o Executor de Ideias.