As rimas de um sem-teto


O que sou agora?
Esperando por afeto,
me drogando da maneira mais singela
desapegado, com um par de roupas velhas

Esperando pelo trem que nunca chega,
(quanta demora, eu espero, esperando, para sempre)
ao que tudo indica, estou perto.
(perto de chegar, aonde tenho que ir?)

Um espectro, um sem-teto.
Esperando por afeto.
Um fantasma, não, eu existo.
Estou existindo neste exato momento.

Afeto é a única coisa,
que ameniza a raiva.
Esquecido, preciso dele.
O ódio era o que restava.

Esperando pelo fim iminente,
esperando pelo trem que nunca chega.
As palavras que se arrastam me perseguem.

Afinal
há uma bolha no céu de minha boca,
que me irrita mais que tudo.
Há uma pessoa no canto do meu olho
há uma pessoa chorando no escuro.

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