persiste uma beleza endêmica
nessa terra nua e desprotegida.
um verde acre e uma essência bucólica
dentro dos arbustos e árvores torcidas;
a terra avermelhada e arenosa
vítima da bipolaridade do clima
é passagem e lar para fauna tão formosa
nas cores da arara, do lobo e da flor de arnica;
berço de natureza e da nossa própria história
regado ao suor ribeirinho ou quilombola
e mesmo com tamanha beleza de sua natura
cede, por vezes, ao fogo e à agricultura.
mas persiste! esse âmago de terra tupiniquim
por entre chuvas e ecótonos, irremediável savana
que se recupera com raízes espessas dos brincos-de-sauim
do ipê, gravatá, babaçu, jatobá e capim-canarana.
senão pela profundidade das amazônicas e atlânticas
não há nada mais exorbitante que essa terra eclética
em que vivem beija-flores, onças e dourados
e onde seus braços fortes nunca estarão cerrados.
0 comentários:
Postar um comentário