As Paixões Mortas Entre Nós


Meu único erro foi te manter dentro de mim;
deixar a última esperança sofrer o peso do fracasso;
te querer agora como nunca quis;
procurar amor no escuro dos seus passos.

Deixei me prender a nostalgia dos velhos diálogos
a ascensão poética desses meus antigos erros te disse, vez ou outra, como esses meus lábios são ásperos
mas nada adiantou para que entendesse meus receios.

Por que você sempre faz isso? 
Por que você sempre me evita? 

Me machuca até mesmo a imagem das suas costas
minha dignidade é sua voz, nas frases que não ouço
e me alegra nossas poucas conversas, de tanta euforia envoltas
(embora os lampejos de memória nunca tenham sido tão pouco).

Durante muito tempo seus olhos foram espelhos
para que eu me lembrasse, todo dia, onde estou preso.
Por tanto tempo meus olhos eram vermelhos
de aguentar cada vez menos esse peso.

Eu não vejo mais nada disso. 
Eu não vejo mais saída. 

Mesmo ao seu lado eu sinto sua falta;
me sinto liberto somente em suas cordas.
Nunca quis, como agora, estar nessa jaula
nada me agrada mais que essas esperanças mortas.

Queria mais que tudo me perder em suas curvas
(uma ilhota no mar eterno dos seus silêncios)
e encontrar nessa ilhota várias coisas suas
me dopar novamente com o vácuo dos meus pensamentos.

Por que fazer isso comigo? 
Por que me tratar dessa forma? 

Minha pele agora sofre dessa abstinência
de desejar cada vez mais o seu calor
eu torno todos esses escritos uma espécie de ciência
já que com certeza nunca foi amor.

Apesar de tudo, cederei esse espaço aos seus sorrisos
para que você veja de verdade o que meus olhos são.
Permitirei que veja aqui esses meus silvos;
mas nunca que mereça as cicatrizes dessa paixão.

Vamos logo sediar essa euforia. 
Vamos logo chorar às paixões mortas. 

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