Identidade

Minha identidade, já troquei milhões de vezes
já fui burro, retrógrado, cara de pau e católico
meus olhos tremiam com a confusão de várias mentes
mentes de um perfeccionista, fóbico e caótico.

Minhas identidades defendo com unhas e dentes
uma identidade febril, uma insana, e outra pecadora
dizem em uníssono que, sim, estou mais que ciente
de que vou implodir puxado pelo homem que eu já fora.

Minha identidade passada, minha identidade futura
uma de pranto, uma de ira, uma alegre e outra de luto
uma vida faminta, uma vida insatisfeita, uma vida pura
vidas das quais abomino; vida pelas quais sempre luto.

Minha identidade coexiste; altruísta, coletiva, comum
a que não existe, a que é paradoxal, psicodélica, vasta
os meus olhos fechados, molhados – que no fundo são só um
minha mente fechada, errada, minha boca que diz ‘’basta!’’.

Minha identidade é a de um babaca e de um messias
para fazer o que eu amo, o que gosto e o que me convém
e eu só as tenho, para sempre procurar minhas saídas
e no fundo, eu esconder que na verdade, eu nunca fui ninguém.



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