e é ausente porque nunca foi ideal
e idealismo autodestrói-se no presente.
É vazio, pois é oco; é vazio, pois é sem graça
sendo sem graça, só existe por ser primordial
e sendo primordial, só existe porque o tempo passa.
Não tem gesto, por ser abrupto
não tem autoajuda, por não ter aval
e não é certo, por não ser puro.
É inexistente porque não coexiste
é nostálgico por estar no passado
e no passado eternamente reside.
E por que, sendo, tão inútil e vazio, se mantém assim
batendo fortemente contra o meu peito? O peito se quebra
e sinto veementemente essa ardência que não tem fim.
Por quê?! Se esse poema é tão ínfimo, eu não deveria aceitá-lo
mas por minha misericórdia íntima, eu o acolho como uma vítima da lepra
e eu realizo que esse poema é meu reflexo, e eu deveria saná-lo...
...para consertar todos meus erros
e fazê-lo explodir no infinito, tornando-se assim uma reza
contra todo esses meus medos.
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