Ressurreição, Regressão.


Morre a cada mês
para renascer, reencarnado, ao primeiro dia.
Deixa o passado e morre junto com boa parte dele,
vive e faz do futuro presente.


As possibilidades aparecem agora, tomando formas palpáveis. 
Então,
panico. 

Olhares em sua direção, as iris dilatas
Misto de preocupação e pena:
misericórdia.
''cê tá bem?
sósono, muito sono. ''
Olham através mascara sólida de verdade,
construída de mãos dadas, 
formam a exata
realidade.

'' — Miseráveis! — berrei — Não disfarcem mais! Admito o que fiz! levantem as pranchas! — aqui, aqui! — são as batidas do horrendo coração!''


Toda sua autoconfiança patética:
Sua construção, precoce e baseada em alicerces podres,                        Nada é comestivel
caem com o menor sopro de ilusão.                                                               De novo?
Ilusão que dá a luz a paranoia,                                                                          Nada
herança insolúvel, pincel que realça a realidade. 
                                                                                                                
Na noite anterior, o ventre e o herdeiro, ambulantes,
mortos pelas minhas mãos,                                                        
aparecem, em meio a toda a família, prestam reverencia.                     Não é concebível
Você entra em pânico                                                                           (nada disso nunca foi)

''Afastei a cama e examinei o cadáver. É, estava morto, bem morto. Pus a mão sobre seu coração e a mantive ali por muitos minutos. Não havia pulsação. Ele estava bem morto. Seu olho não me perturbaria mais.Recoloquei então as pranchas com tanta habilidade e astúcia que nenhum olho humano — nem mesmo o dele — poderia detectar algo de errado. Nada havia a ser lavado — nenhuma mancha de qualquer tipo — nenhuma marca de sangue. Eu fora muito cauteloso. Uma tina absorvera tudo - ha! ha''

Na manha seguinte, um desconhecido.                        

É uma conspiração das circunstancias, 
humor negro do destino, 
teste do universo, piada da onipotência.

'' See, the preacher, he encourages your capacity 
 for illusion. 
 Then, he tells you it's a fucking virtue. 
 Surely, this is all for ME 
 Me. 
 Me... me... 
 I, I , I 
 I'M SO FUCKING IMPORTANT, RIGHT ? ''

Você viu um desconhecido, 
sentado ao banco de concreto
chupando o dedo necrosado,
anexado a mão do maestro que regeu outra vida. 

Passou pela personificação mais sólida de um antes, isento de qualquer sentimento,
enquanto arrasta a nova vida, construção tão prospera,
baseada em polegares mortos.  

Estão todos mortos,
hoje.

Share this:

CONVERSATION

0 comentários:

Postar um comentário