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[Tributo à Augusto dos Anjos]


Raquítico, o poeta da morte sucumbe
em espasmos de angústia e de doença
entrega a vida a sua essência lúgubre
e esbanja, funebremente, sua crença.

Crença na morte e no desaprender,
crença no choro e no apodrecer
na tragédia que é a vida, debruça-se
deleita-se com a emoção presa ao apêndice.

Trágico, fatídico, era de fato um louco!
Sua tese de sacrilégio erguia feito fogo
e como a chuva, caía então o sentimento revoltoso.

Suas letras ácidas parecem saltar em concepção
banhadas em sangue, funestas como uma aparição
conexas à sua índole... E advindas de seu coração!


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