Pois, mundo que me é belo
nele eu abandonei o que me é certo
abandonei o que é pudor
abandonei o que me é moralmente correto
só me cedi ao pecado - o afago da dor;
Entre quatro paredes mofadas
cheiro de cloro; cheiro de algo a mais
a impureza já me satisfaz!
como a juventude já faz há décadas.
A paranoia, a noção
o que é certo, o que é errado
o polo norte, o polo sul: tudo é afagado
pelo meu subconsciente, que afoga
e afogado, finalmente
me conheço.
Os movimentos são rápidos
cima à baixo; quase sem pausa
narcisismo, fantasia
tudo isso prazer me causa
homens, mulheres, aparecem
em minha mente, do nada
sem que eu note, meu mundo
das imundas fantasias
aos poucos se dissolve.
Várias rodas girando dentro do meu corpo
posso senti-las, descendo, girando, subindo
para sediar algo a mais: o doce assento lácteo
eu tremo, meus olhos, doloridos, se abrindo
já sinto novos cheiros, e meu corpo, molhado
já é meu templo, devastado, molestado
não há bustos, não há corpos, não há recibo
não há sexo. Não há pornografia.
Não há mentira.
Só minha pobre mente
minha pobre ilusão
meu narcisismo chulo
a amarga concepção;
vergonha.
Decepção.
CONVERSATION