Haifisch


No fundo do mar, talvez
ou na maré, de repente
seus olhos inexpressivos
repousando sobre a mente
sobre a carne, sobre a vida
e no fim, nĂ£o sobra nada.
Ele sai, e seus olhos,
inexpressivos
resistem ao limiar
da pressĂ£o
do mar.

De qualquer forma
o tubarĂ£o tambĂ©m chora
ele chora, com suas lĂ¡grimas lambendo
sua face.
Mas o tubarĂ£o estĂ¡ no fundo do mar
e no impasse
de todo o ordinĂ¡rio do sangue, do nĂ£o ver
do nĂ£o crer, do conceder-lhe
as lĂ¡grimas do tubarĂ£o nĂ£o podem ser vistas
nem mesmo por ele.

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