Eu vejo luzes (Quando durmo)
Luzes vermelhas, enfim
Luzes, talvez,
Cor de carmim.
Luzes sem cor.
Brancas ou pretas
Cores que não conheço
(A cor do pavor)
Ou não sei.
Luzes do gabinete
Que nunca desliguei.
Submergido em limbo
Eu penso
Valeu a pena essa coexistência?
Valeu a pena
Essa espera?
Valeu a pena essa pausa,
Essas ferias?
Valeu a pena ser desgastado?
Toda ideia abusada, assim
(O pedaço de mim aniquilado)
valeu algo para mim?
A prece consagrada;
todo o refrigerante.
As minhas diabetes
a minha fé enlatada então.
Todo a resistência cômoda regurgita
meu coração
que, inabalável
me sugere continuar em letargia.
A sanidade, então, minha súbita consistência
esperar por você, querida, enquanto você dormia.
Já em silêncio
já abalado
já pensativo
já sem nada sentir
já se pode doce-ir.
A dose de mim.
Já então, dissertada.
Cubos, retas, frestas, triângulos, a tripofobia.
Cruzes.
Talvez eu continue a ver luzes.
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