Oitava do Amor Enquanto Morte


Queria que tu me fizesses tenro
Para que possas ser ardente sempre;
Quero que tu cantes em meu enterro
Para que minha alma te seja quente.
Existiria em mim o tormento
Que nunca te seria tão pungente.
Enfim veria essa minha ambição
De me desprender desse orgulho vão. 

E destes olhos de dor tão frugal
Eu queria ao menos conhecer as íris
Para que neste ode à tua dor surreal
Preencha-me com algo além dessa bílis.
Eu sei que o amor nos é, sim, abismal
Porém, quem somos nós, assim, tão vis

A encontrar nessa sua lua vazia
Nada, senão a beleza da poesia?

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