Mantenha Distância


Eu quero isso. Eu quero muito isso.
Apenas em sonho eu pude sentir sua pele dessa forma.
Apenas em sonho eu a vi tão desprovida de qualquer tecido comum.
Eu sei.
Eu também quero. Muito.

Um sutiã negro segura seus seios, que, a cada sonho, sinto que os imagino mais fartos do que já são. Os detalhes da lingerie se tornam submisso a alguma outra parte de meu subconsciente.
Seu corpo encosta no meu. Sua língua dança com a minha.
Toda vez, parece que é a primeira ereção.
Minhas mãos trêmulas só alcançam suas estabilidades quando tocam seus cabelos e sua pele.
Quente.
Tão quente.
Superaquecendo.
Toda vez, parece que é a primeira vez que estou nadando em magma.
Minha boca se separa da dela numa fina linha de saliva. Meus lábios buscam seu pescoço.
Logo me lembro dos sobreviventes em ilhas, chupando o veneno de cobra da própria ferida.
Seu pescoço e minha língua quase se tornam uma única entidade. Ela adora isso.
Apenas nos meus sonhos sinto sua respiração ofegante desse jeito.
Apenas eu. Apenas eu mesmo.
Sinto seus seios em meus ombros. Descem.
Descem.
Seu sutiã parece querer se desprender por vontade própria.
No topo de dois montes, vejo dois prêmios rosados e eriçados.
Toda vez, parece ser a ereção mais intensa.
Meus lábios se aventuram pela sua pele que, a cada sonho, parece mais eterna, macia e magnética.
Cada milimetro de mim consegue sentir cada poro de sua pele.
Eu quero isso, minha voz é rouca. Eu quero sentir isso.
Quero senti-los escapar de minha boca.
E quero lambê-los novamente.
De pé.
Tão eriçados.
Já nem sei onde minhas mãos tocam. Sinto carne firme, e minha mão, de repente, é úmida.
Minha saliva banha a pele arrepiada de seus seios.
Nossas respirações ofegantes se concentram numa só trilha.
Cada vez mais.
Mais intenso.
Mais.
Mais e mais.
Ela me coloca para fora. Sua personalidade se torna outra.
Nós agora somos outros.
Somos as pessoas que vemos na tevê.
Somos as pessoas que sonhamos ser todos os dias.
Ela me coloca para fora. Puxo o fino tecido para o lado.
Sem demora.
Sem pressa.
Sinto seu interior.
A lingerie preta, os seios, os lábios, tudo está se dissolvendo.
Mais.
Mais.
Mais.
A respiração ofegante...
Tudo.
Tudo.
6:20.
Eu quero sentir de novo.
Eu quero mais.
Mais.
Mais.

6:25.
Tudo está se dissolvendo.
A chuva, os cobertores.
Toda vez, parece que é o primeiro sonho molhado.
Por favor, vamos fazer isso de novo...
Não. Simplesmente... Não. Odeio esse cheiro. Odeio essa realidade. Odeio esse tempo.
Vamos fazer isso de novo.
Qualquer outro dia.

6:30.
É, acho que me atrasarei novamente.

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