E Minha Vida Permanece Sendo Amarga
Você é essa forma nauseabunda
a vagar por minha memória.
Essa poesia de segunda
qual descreve minha história.
Não há no meu olhar senão um afago
que justifique todo esse esforço
e me esforçasse, quem sabe, mais um pouco
se me certificasse que isso consertaria o estrago.
você é esse objeto abstrato e disforme
a dançar esse bolero deprimente.
a dançar esse bolero deprimente.
alguém que exerce o apego de forma tão doente
e se desfaz perante mim nessa dança da morte.
não há nos meus sonhos pesadelo mais hediondo
que sua figura tão próxima de mim
e as lembranças, as lembranças, mio mondo!
de um mundo tão próximo do fim
sonho contigo porque em minha mente ainda insiste
essa paranoia e essa paixão a me torturar
esse vírus a me corroer e emancipar...
essa loucura de fato persiste.
esse amor nunca existiu, ainda não existe.
você é essa figura tão incerta
a tomar todas minhas certezas
essa poesia de merda
para que ofenda quaisquer belezas
os seus olhos focalizam nos meus
e eu espero sempre que seja a última vez
os meus lábios pedem para tocar nos seus
e eu queria que se fossem
e que me levasse na mesma absurda rapidez.
não, não há esperança,
há um desejo torpe
a corroer minhas razões
há essa ânsia pela morte
há a morte de minhas ambições.
eu já não me quero.
caralho, eu ainda te quero.
essa doença... essas saudades
são de fato como um triste bolero
são esses dias que duram eternidades.
eu me vejo apenas começando em brio
e tão próximo do fim.
você é esse vazio.
você não é nada para mim
Cupido e Psique, Edvard Munch |
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